quinta-feira, 18 de abril de 2019

Sacanear, humilhar, demitir, e depois matar!


Os últimos três anos têm provocado mudanças drásticas e complexas no dia-a-dia do brasileiro. Avaliamos como perigosas as dificuldades se se apresentam de modo acelerado desde a mudança de poder no governo e, consequentemente, as mudanças decorrentes da visão de gestão que desprivilegia a vida humana, foram reformas na legislação trabalhista, redução de orçamento público para serviços essenciais por vinte anos e, atualmente se vislumbra o aumento da dificuldade para, após décadas de vida, se não de trabalho, alcançar a aposentadoria. O ferrorama, especialmente depois da eleição de 2018, já mostra a olhos vistos, e em plataforma pública, sua inclinação para fazer coro a isso.
Quem circulou pela Falha de San Andreas essa semana pode ver, no período da manhã, os prestadores de serviço limpeza, quase escravos, muitos deles fugidos das desgraças humanas havidas no Haiti, arrancando mato com as mãos na via férrea. Gente é o “insumo” mais barato na gestão empresarial. Há um excedente de mão de obra, uma massa de desempregados, que mantêm a possibilidade de pagar baixos salários, e a ameaça constante da rotatividade garante a docilidade dos trabalhadores.
Corpo adestrado e em condição degradante: ChuPeTreM!
Não bastasse essa realidade de inequívoca precariedade os estudiosos das ciências humanas ainda explicitam uma alienação intelectual que marca a nossa época, além do controle dos corpos, muitas vezes em atividades perigosas e, por que não, insalubres, o trabalho da modernidade está em administrar a capacidade de raciocínio dessa massa que mais parece um rebanho de animais humanos. A classe trabalhadora não se vê como tal, e parece estabelecer uma diferença incompreensível sobre a relação que estabelece com o mundo e com a sociedade quando está sob as ordens do patrão e quando está nas horas livres do julgo, verifica-se uma identificação com o ideário da classe dominante economicamente.
Desprovidos de alternativa ainda defendem interesses que contrariam suas necessidades, são suscetíveis ao discurso falacioso de que o custeio da mão de obra é caro, que os impostos colocam em risco a atividade econômica, que é necessário rever mesmo as leis e os direitos trabalhistas, aceitar passivamente a terceirização e, com exceção de setores historicamente mais qualificados e organizados, vemos uma omissão leniente com a perspectiva do fim das aposentadorias no futuro. Tudo em benefício de uma ordem que, de acordo com estudos recentes, colocam o Brasil como o país cuja concentração de renda é a mais vergonhosa do mundo.
Às pessoas, despossuídas dos meios de produção, só resta a venda da mão de obra para obter pequenas porções de dinheiro e ir tocando a existência, mas nesse processo, além do corpo, adestrado e sujeito a condições degradantes, a mente do trabalhador também está docilizada. Todas essas relações estavam presentes na atividade dos trabalhadores que arrancavam mato com a mão, sob uma rede alta tensão que provavelmente não foi desligada, em um trecho de ferrovia que certamente não foi isolado e sem a supervisão de um outro que cuidasse de avisá-los se algo saísse da normalidade. Gente, é descartável, e mais em conta que a compra de herbicida, e com a anuência dos circulantes, clientes, cheios de direito, e sem nenhuma identificação os escravos, eles não se reconhecem.
Assim caminha o Brasil, sacaneando o cidadão adestrado e míope, humilhando e demitindo o trabalhador, e o deixando morrer quando não tem mais como servir. A ChuPeTreM mostra isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso é ordem do cabeça de bumbo que comanda a estação. E dos líderes covardes que não tem noção de como fazer as coisas. Carne de pobre é a mais barata do mercado e por isso não fazem questão.

Anônimo disse...

Da pra ler o blog na estação de novo!!!!!