quinta-feira, 25 de abril de 2019

BOCA DE SIRI


A expressão usada para dar título a esse post é um ditado popular cujo significado é que mantenhamos ou solicitemos do interlocutor que fique de boca calada. Com isso espera-se que um assunto delicado, ou cuja articulação possa atrair problemas com outras pessoas, seja mantido sigiloso para evitar a polêmicas ou muxoxos. A verdade, entretanto, é que é impossível guardar segredos e, se a boca cala, falam as pontas dos dedos.
O uso da expressão “boca de siri”, que corretamente deveria ser “boca de caranguejo”, tendo em vista que o siri é apenas uma espécie dos citados decápodes (animais com dez patas), deve ter seu motivo na particularidade que, dentre todos caranguejos o siri é o único que consegue nadar. Uma vez que suas duas ultimas patas não são pontiagudas como ocorre com os parentes crustáceos; çele tem domínio do corpo na água e assim vai de um ponto ao outro intencionalmente.
Além disso, e não poderia omitir esse detalhe, o caranguejo é um animal cujo corpo é praticamente cabeça e membros e, proporcionalmente ao tamanho de seu corpo, sua boca é irrisória, o que nos leva a pensar na ideia de que o interlocutor diante de um assunto perigoso deva manter a boca discreta, pequena e por que não, fechada.
O nobre leitor poderá se perguntar a essa altura: “Afinal, aonde essa louca escritora deseja chegar falando de caranguejos?” Ou ainda: “O que tem caranguejos a ver com a ChuPeTreM ou com o drama que nós, ferradoários, ora enfrentamos?”
Peço calma ao impaciente colega que ora me lê curioso, mas a expressão que intitula minha humilde fala nesse e-tabloid é como o Coordenador Paulo Bagre, o fidalgo que na Líbia da Marquesa não fala com as classes baixas, os Escravacionais, determinou que os chifres não repercutam uma vírgula sobre os fatos trágicos que dos ferradoários se avizinham. Foi ordem aos asseclas da casa grande, os capitães do mato de chefia, “Boca de Siri”.
"Lá vai o Chifre, literalmente, andando de lado e a boca fechada".
O coordenador, animal de sangue frio que se prepara para decaptar as cabeças da sétima Líbia em breve, tem chegado aos estacionamentos e fotografado as não conformidades e em seguida esfregado na testa dos chifres; tudo para gerar assunto e manter uma cortina de fumaça de normalidade abusiva e perseguidora comum nos estacionamentos. Em sua sanha inquisidora há até uma tabela de Medidas contra indisciplina, um dia para quem usar camisa fora da calça, dois para quem for flagrado usando celular em serviço, dois para quem tiver falta de numerário identificada e cinco para a reincidência. Belisco, então, a ordem é sindicância com vistas a demissão sumária, mas, claro, com todo o cortejo de humilhar, matar e só depois demitir, exibindo em plataforma pública.
Bom, ou mal – acredito eu – considerando os Chifres que temos, inúteis doutores do alto de seus cursos superiores EAD, a expressão está adequada, ao menos do nosso ponto de vista. E, se a boca não fala nos contam os dedos, há dedos para falar conosco, dedos para comentar a crise instalada após a certeza da concessão à iniciativa privada, as possíveis transferências e as certas demissões; assim como há nossos dedos ágeis atrás do teclado para repercutir e articular o ques foi proibido falar.
Chifres, apesar dos próximos e trágicos eventos que o futuro nos reserva, façam o que seu senhor de engenho mandou, bocas de síris. Afinal, como carangupejos, nunca foi tão adequada a comparação, já que apenas, e sempre, andaram à toa de um lado e de outro. Pouco falem; nos poupem do produto de suas cabeças grandes e chifrudas, afinal, como se sabe, na cabeça do caranguejo só se acha uma coisa: MERDA.
Logo, calem suas bocas!!!

Um comentário:

Amigo da onça disse...

Até parece que irão fazer o papel de boca de siri,tem chefe que ao chegar próximo de escraviarios língua de gravata ao invés de cumprimentar já logo pergunta se sabe de alguma novidades sobre nossa triste situação ou até mesmo sobre alguma matéria nova desse pasquim,com certeza está jogando o verde pra colher o podre.