terça-feira, 30 de abril de 2019

CIRCO JURÍDICO


Diante dos fatos que tem se sucedido no país os últimos anos, especialmente os havidos no ano passado, em que absurdamente o ex-presidente Lula foi, de modo extraordinário, julgado, condenado a prisão e teve o recurso, além de negado, agravado sua pena, não é possível negar o viés classista e a disposição do judiciário em olhar para quem está julgando. Sim, consideramos o poder judiciário parcial, e servil a interesses da classe econômica absurdamente mais abastada.
O judiciário, para começo de conversa, não faz justiça, é meramente um arbítrio que, em muitos, senão na maioria dos casos, no máximo mitiga o prejuízo, quando não raro deixa ambas as partes de um litígio insatisfeitas. E não é diferente na pseudo justiça do trabalho que, se já não fazia muito, com as mudanças que promete o governo do Coiso, tende a piorar. O judiciário tende a dar ganho de causas trabalhistas em questões marginais que iludem os trabalhadores, periculosidade, insalubridade, horas extras não pagas, mas, em se tratando de dissídio, eles meramente se justificam defendendo o respeito à lei trabalhista, que tende a desaparecer, e ao interesse coletivo e difuso quando se trata de risco de greve em um serviço essencial como ocorre com saúde, transportes, segurança pública, etc.
Vimos isso ontem, um judiciário preocupado em agir com eficiência porque sua inação provocaria o caos. A sociedade paulista sabe bem que os metroviários não são de brincadeira, têm um sindicato que não se furta a apoiar outras causas porque reconhece a condição de faz similar a classe trabalhadora, isto é, a exploração, e que ano após ano enfrenta truculência de polícia, de governantes, a hostilidade da população que muitas vezes não entende a luta social de uma greve e não enxerga a importância de fazê-la.
Mas, diante da certeza de que essa categoria é o sindicato, e como grupo há uma consciência coletiva de que é fundamental lutar e defender seus direitos, o judiciário ontem agiu e, se não impediu, ao menos por ora adiou a greve para o dia sete de maio. Entretanto, provocado pela entidade dos metroviários, reconheceu a violação da liberdade sindical, de expressão e de reivindicação e, por isso, cancelou as punições arbitrárias e autoritárias do governo Doritos determinando o pagamento de 20 mil Reais a cada um dos trabalhadores cujo direito foi ofendido por dia, em caso de não serem canceladas as medidas disciplinares impostas indevidamente.
O estado de mobilização não foi abandonado, pois o Metropolitano não mostra disposição em negociar, e quer impor cortes no custeio do plano de saúde dos metroviários. Sem contar as brigas históricas, quase homéricas, que os trabalhadores do Trem de Metro já travam, isonomia na remuneração de trabalhadores que desempenham a mesma função, plano de carreira e qualificação profissional adequada a setores, além do respeito que a empresa insiste em não manifestar, pois não raro a resposta, tanto do diretor presidente, como de reiterados governadores do PSDB, é mandar a polícia atacar servidores públicos.
O judiciário, como poder garantidor do Direito intervém, mas tergiversa em interferir para coibir esse tipo de abuso que ano após ano é denunciado, não só por metroviários, e especialmente pelos professores; o que nos leva a pensar, e sentir, que a corte, às vezes, se parece com um picadeiro para iludir o povo e fingir demência aos abusos de quem tem poder, dinheiro e em especial das corporações. Todo ano é a mesma coisa e, como dizia o filósofo, a história acontece como tragédia uma vez, quando se repete é farsa, logo, um circo; mas nesse caso com pompa e togado.


SUA BAIXEZA, O BODE


Alteza é o pronome de tratamento usado para se dirigir aos reis, rainhas, ou às antigas casas imperiais. Para simplificar poderíamos dizer apenas que tal denominação definiria a superioridade ou o maior valor de alguém socialmente e, entre os ferradoários, o rei é o Bode. Apesar disso o adjetivo que define o tratamento dispensado à corte simplesmente não se aplica, o que sempre se verifica é a baixaria.
O motivo do incomodo ora verificado é a cobrança, dos escravacionais que o Bode sabe que têm futuro incerto, de valores variáveis de uma tarifa sobre os vencimentos vindouros. Àqueles que já pagam o dízimo para a manutenção do caprino ser-lhes-á descontados mais o valor de uma mensalidade e, para aqueles que simplesmente não pagam o dízimo, ser-lhes há imposto o pedágio de 5% (cinco por cento) de um ordenado. Tudo devidamente aprovado em uma de suas assembleias fantasmas. Facilmente se arrecadará mais de meio milhão de Reais sem ter feito nada além do que desempenhar o papel que a legislação lhes concede: o de representante sindical.
O movimento sindical entre os ferradoários já é considerado por todos o faz-me-rir da representação trabalhista. E não é por falta de compreensão do processo, longe disso, é porque simplesmente não iriam jamais se colocar como entidade classista em prol de uma categoria omissa, como é a nossa, e se indispor com a galinha dos ovos de ouro, como se referem à ChuPeTreM. À época do assassinato doméstico e nunca elucidado do Bode Velho até se esperou que ocorresse alguma mudança que promovesse a organização da categoria em torno de uma pauta que defendesse necessidades comuns, mas não foi o que se viu.
Após a misteriosa morte o novo líder era visto com desconfiança por todos, e o que se viu não causou estranheza a ningém. Uma entidade já burocrática, fisiológica com a empregadora, estava por fim domesticada e submetida aos interesses dos lacaios da ditadura que foram encostados na secretaria estadual de transportes para atuar como inteligência em questões sindicais. Gente astuta e ardilosa que, em troca de pequenas vantagens a Bodes – ora pretos, ora mansinhos – manteve, quando foi necessário, o rei sem alteza que lhes era útil para operar o mal sem oposição nos trilos bandeirantes.
O ACT que no corrente se assinou surpreendeu a todos, primeiro pela facilidade e, depois, pela generosidade do Ferrorama em oferecer dividendos que, embora parcos, superavam o que era reivindicado.
Sabe-se agora que tal plano bem orquestrado tem como finalidade única manter sob controle os ânimos, já suicidas de alguns, com a iminência das demissões que serão impostas em breve à categoria. Gente que foi vendida e que pode passar agruras graves, e antes ainda da desgraça serão furtadas com a omissão de diretores que ora fogem das pessoas em estacionamentos, pátios e escalas sem ter como se justificar por servir como jagunços da exploração coletiva. Tudo em nome da manutenção – peço licença ao leitor pelo neologismo – excrescência “cinical”, o império de Sua Baixeza, o Bode.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

GREVE? É GRAVE!!!


De um lado o Ferrorama, Primo Pobre do transporte sobre trilhos, tem o pior sindicalismo do País, inclusive considerado faz-me-rir entre Metroviários da Cidade de São Paulo, exceto por um grupelho sem vergonha custeado em parte pelo Bode para ajudar a desbaratar a organização sindical dos trabalhadores do Trem de Metro que se propunha a trazer União à categoria Metroviária.
A diferença começa pelo fato de ter, entre metroviários, uma entidade única; enquanto no Ferrorama há feudos históricos e medievais cujo compromisso é a mera manutenção de status a vigaristas com ares de diretoria e vantagens pessoais que a categoria não vislumbra conhecer. E lá, diferente de cá, apesar das disputas políticas, a classe operária vai ao Paraíso. Ou à Consolação, mas vai unida.
O governo de Doritos que assinou gentilmente o ACT dos Ferrados, supõe-se que para diminuir crises diante da iminente entrega dos trilhos aos interesses privados, não entra em acordo com os Primos Ricos, organizados, cujos salários são maiores em função da maior organização e disposição de luta – que inexiste entre os Ferrados da ChuPeTreM. Lá não se ofereceu dividendo algum acima da inflação, aliás se recusam a propor um valor para o pagamento mínimo de PLR e, se não bastassem, esperam diminuir o papel da empresa na co-participação dos custos do plano de saúde.
A opressão do Governo Doritos, entretanto, não para por aí. Em campanha articulada pela categoria foi decidido que seria usado um colete vermelho em protesto à proposta de Reforma da Previdência. Por ordem do desgoverno estadual todos os trabalhadores que foram indicados pelas chifrarias daquela empresa foram punidos por participar da Campanha.
Em vista disso a categoria, além das pautas econômicas, reivindica o cancelamento das punições, a equiparação de salários entre funcionários que executam as mesmas funções, o Plano de Carreira e treinamento para os Operadores de Transporte Metroviário, antigos Agentes de Estacionamentos.
Doritos, que projeta ascensão nacional em 2022, apoia as medidas impopulares e cruéis do Governo do Coiso, e aproveita para intensificar as ações contra os servidores públicos do estado bandeirante e atender anseios de setores da sociedade que, motivados por sentimentos de inveja consideram indevidas as vantagens “conquistadas” pela categoria combativa do metro e, ideologicamente estão domesticados pelas propagandas governamentais e pela imprensa corporativista e elitista do país, além das fake News que caracterizam a política brasileira desde o período eleitoral de 2018.
A situação é grave, e por isso pode haver Greve dos metroviários à partir da meia noite desse 30 de abril se as reivindicações não forem atendidas. Setores da categoria, entretanto, nos dão como certo o cancelamento da Greve se, agora à tarde,  às 15 horas; em audiência de conciliação no TRT, o governo Doritos sinalizar com a renovação do acordo coletivo do ano passado.

AINDA NÃO ACONTECEU, MAS JÁ É MANCHETE

Ferradoários: SEM LUZ NO FIM DO TÚNEL.

O clima de apreensão que toma conta dos ferradoários é perceptível no ar. Com as concessões já tratadas e em fase de planejamento para futura e breve transferência ao setor privado a preocupação toma conta de todos, não só nas Líbias diretamente afetadas, mas em todo o carrossel do Ferrorama, pois, com a gestão mudando para uma empresa cuja economia é do tipo que chamamos “de mercado”, os salários praticados serão no padrão telemarketing, isto é, pífios.
E não porque o que se ganha no Ferrorama seja um ordenado de vulto, longe disso; o que se recebe pelo trabalho prestado garante o mínimo da dignidade à classe ferradoária.
Oficialmente nem o governo nem a direção da ChuPeTreM falam nada, mas aqui acolá perde-se o controle de alguns fragmentos de informação e o pânico fez com que variados setores tenham entrado em contato com os editores desse e-Pasquim para, com a ajuda do Blog, ter aonde ir centralizando informações e construir uma leitura mais objetiva dos eventos que estão por vir.
A novidade é que pessoas ligadas ao Presidente Mouro deixaram vazar no final da última semana que realmente o que é oficialmente negado será o destino dos funcionários, a demissão. Incialmente, de acordo com asseclas da presidência, será instalado um PDV – Plano de Demissão Voluntária e, se o desejado sucesso com os desligamentos não for atingido as demissões ocorrerão de qualquer modo, contudo, sem nenhum incentivo. Não bastasse isso o interesse, tanto da Casa Civil, hoje ocupada por especuladores ligados ao Doritos, quanto dos investidores famigerados do Consórcio que vai assumir o Ferrorama é tal que a direção do consórcio irá ser fiadora das demissões; ela fará empréstimo ao poder público para desligar os trabalhadores.
Ainda, de acordo com os algozes dos ferradoários, o consórcio privado alega que se não bastasse os salários ora praticados ser incompatíveis com a realidade econômica brasileira, leia-se período de reformas trabalhista e previdenciária e degradação de direitos sociais e trabalhistas, os atuais ferradoários são uma casta indolente e desqualificada. Quem interessava aos propósitos do Consórcio, devido a experiência e alguma qualificação, já tratou de se desligar e está trabalhando com a futura gestão planejando protocolos de serviço menos burocráticos e mais práticos para a futura ChuPeTreM.
Também chegou ao conhecimento desse e-tablóide que os próprios cinicatos já estão orientados a preparar a estrutura que, em breve, o Estado precisará de suas instalações para promover milhares de homologações e encerramentos de contratos de trabalho e, para quem imagina que o desastre será gradativo ou atingirá este ou aquele setor as notícias são ainda mais aterradoras, pois os cortes ocorrerão abruptamente e de modo amplo e irrestrito.

domingo, 28 de abril de 2019

CHEFE JOHNNY CARA-DE-CAVALO


Que a chifraria das Libias mudou todo mundo sabe, mas o que Ninguém sabe são os cuidados que todos devem tomar com cada chifre, e se Ninguém sabe; Ninguém diz...
Quem deve tomar extremo cuidado são os índios do leste ferrorama, pois o chifre para lá designado parece tão boa gente que ninguém desconfia de sua maldade... Tal como o seu homônimo de desenho animado, Joãozinho, doravante chamado de Chefe Joãozinho Cara-de-Cavalo devido sua gigantesca semelhança.
Johnny chegou às plagas de Indiaquera puxando seu carrinho com sua cadeira e seu indefectível frigobar que, como Ninguém sabe, serve para dar um gelo em quem ele quer punir. Quando ele chega de mansinho, engana quase todos, quase, porque Ninguém sabe que é mentira. E, se Ninguém sabe, Ninguém diz...
Quando o cara de cavalo estava chifre na Líbia 10 uma escravacional que arde tal qual PIMENTA foi convocada a sua Tenda, Ninguém sabe, mas o motivo era a quantidade de atestados que ela entregou, o bem servido de napa quis saber os motivos. A senhora Malagueta justificou que o fato era devido a realização de uma cirurgia no joelho e estar locada no estacionamento da Mocoroca. A coitada caiu na lábia de Johnny e pediu para trabalhar em um estacionamento sem escadas.
Após ouvir suas razões, o rhinochifre bateu em suas costa e prometeu atende-la. Quando a dita senhora virou as costas, o índio Jerônimo fechou a carranca, virou para o escalador e sentenciou: “Poe ela na Luz, Aposentado tem que sofrer para pedir demissão”.
Todo Mundo pode duvidar, pois ele parece boa gente, mostra fotos dos filhos e se diz um bom pai, mas a verdade; bem, a verdade Ninguém sabe, afinal, quando aconteceu o fato, Ninguém viu, Ninguém ouviu, porque Ninguém estava lá...