segunda-feira, 13 de abril de 2020

AS PRIVADAS DA CHUPETREM


Outro dia esse e-Pasquim fez uma afirmação, Ferradoário tem mais é que morrer. Não é que parece que tinham mesmo razão.
O caro leitor acompanhe meu raciocínio. Primeiro se esforçaram para derrubar liminar no Tribunal Superior do Trabalho que determinava que as pessoas do grupo de risco deviam ficar afastadas. Idosos, ou ferradoários cuja condição de saúde fosse sensível, seja por doenças preexistentes ou por estarem em tratamentos de quadros delicados de saúde, primeiramente ficariam afastados até que o planeta superasse essa pandemia cujo agente, embora invisível, é mortal.
A liminar previa, ainda, a oferta de álcool em gel para as equipes como meio de inibir novos contágios pelo famigerado Coronavírus, mas; pasmem, o tribunal também desobrigou. Quem quiser que compre, porque gente, para esse judiciário incoerente, o substantivo “trabalhador” é apenas eufemismo para “escravo”. Ou seja, o empregador, correspondente moderno do antigo Senhor de Engenho, não será responsabilizado jamais pela morte do peão, pois escravo nem é gente.
Na Traição, neologismo que estarei adotando para me referir ao setor que administra os choferes da ChuPeTreM, é pior ainda. Tem maquineteiro trabalhando com máscara de crochê feita pela esposa e levando Lisoforme na mochila para limpar a privada cabine – que é privada. Limpeza de banheiro público, o colega furtou até um par de luvas da Tonani.
Máscara de crochê doméstica e
luva para limpar privada.
Por Líbia, dois integrantes do grupo de Risco são diariamente escalados na Locomotiva, os demais que Jesus abençoe. Ou leve para o mundo espiritual.
Enquanto nos ônibus que agora tem ar condicionado tem sido adotado o uso do sistema no modo ventilação aberta, para garantir a renovação da atmosfera no interior do veículo, nos trens isso não acontece. É ventilação fechada mesmo, não existe a opção de abrir para o modo ventilação aberta em benefício da economia de energia. Coisa dos engenheiros que pediram a construção das composições com essa limitação em função de economizar. Provavelmente formados em alguma Uni-Esquina do trecho!
Aí é mais grave, porque o descaso é com o chofer e com o USUínos. Fica todo mundo trancado, respirando o ar viciado que circula no ar-condicionado. Se alguém espirrar Coronavírus no vagão tem risco de contaminar os outros? Acho que nem os filtros devem ser trocados no prazo correto, não é; engenharia formada na Uni-Esquina; importante é poupar o dinheiro, as vidas perdidas são, como é mesmo, um prejuízo admissível em benefício da manutenção da economia.
Maquineteiros, Choféres da ChuPeTreM, limpem as privadas de comando dos trens e contem com a sorte.

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