domingo, 12 de abril de 2020

A PASSAGEM VAI AUMENTAR


Amigos leitores o capitalismo fracassa. Sim, uma sociedade que divulga ter mais de vinte e cinco mil pessoas morando nas ruas, bilhões de pessoas morando em morros, sabe-se agora que com pouca ou nenhuma água encanada, sem sabão para lavar as mãos ou tomar banho e na hora de comprar álcool gel para matar os vírus que circulam e caracterizam a pandemia escolhem manter a sujidade das mãos, cujo risco atualmente é de morte, para ter algo para comer.
Se morrer chega ao purgatório com a barriga cheia.
Esse capitalismo, que embora já nem exista ameaça comunista no planeta exorta, e convence com seus milhões, os pobres de direita, assalariados remediados mas que defendem a grilagem de terra, a matança dos índios para tomar o que lhes resta de terra; gente que não está nem aí para a contaminação dos rios e dos oceanos, a inevitável contaminação da atmosfera que a sociedade industrial promove. Essa gente nem se lembra, ou se importa, com acidentes os havidos recentemente em Mariana e Brumadinho no estado de Minas Gerais. Se falar de Chernobyl há aqueles que dirão que se trata de algum time de futebol lá “do estrangeiro”.
Duvido que saibam o que ocorreu em Bhopal, na Índia, quando um acidente em uma empresa química matou, numa só noite, treze mil pessoas, fora os animais.
Esse capitalismo que convenceu os idiotas que o melhor para a humanidade é o mercado, que são velharias ultrapassadas as fronteiras e os estados nacionais, diante de uma doença, um vírus, microscópico, mas que se replica de modo mais célere e eficiente que qualquer empresa consegue produzir em suas linhas de montagem, está indecentemente nu. Enquanto as pessoas morrem os canalhas bradam nas mídias sociais, esses canais fuleiros que elevaram subcelebridades grotescas ao status de pessoas públicas, antes continuassem anônimos, Zés Ninguém que são, gritando que é preciso salvar a economia, e que os empregos são importantes, que faltará comida, bla-bla-bla.
A economia já quebrou há mais de um século, ela exclui pessoas, deixa que morram à míngua. O grande problema é que a pandemia não faz distinção e a doença é altamente contagiosa, se morresse só pobres eles não ligariam.
A passagem subirá mais que o Dólar.
Mas sabem quem pagará a conta? Os miseráveis do mundo, os que sobrarem, pois o trabalho será mais aviltado em direitos, e os ganhos, se é que podemos chamar assim, serão só para manter a vida no corpo e poder trabalhar. Para restaurar os bilhões perdidos das grandes fortunas. E esse capitalismo, o deus mercado, que fala que precisamos de um Estado Mínimo, eufemismo para Estado Nenhum, cobrará seus prejuízos do erário. E o primeiro sinal será o aumento das passagens para ressarcir o prejuízo das concessionárias de transporte sobre trilho na capital paulista. Os Ferroramas públicos, ChuPeTreM e Trem de Metro não, pois já são mantidas pelo Estado, as outras empresas, ônibus e o submarino amarelo que sai da iluminada e vai até o buracão de pinheiros, pedirão subsídio. Duvida?
Aguarde!
O Capitalismo é a lei da livre concorrência, mas o risco do negócio ele negociaram em contratos para repassar ao Estado. E os burros de direita, assalariados que passam a vida sonhando com a aposentadoria, estão aí para aceitar isso.
Além do subsídio a passagem ficará mais cara que o dólar. 


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