quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O problema de São Paulo


Vindo de férias no Paraná em agosto retomo as atividades e, passeando pela cidade de São Paulo, especificamente no bairro de Santo Amaro me deparo com a próxima estação do Metrô, carinhosamente batizado com o nome do bandeirante Borba Gato, e um pensamento muito caro a mim se torna imperativo: o povo desse estado tem problemas.
Homenagem a um patife, a cara desse estado.
Sim, problemas, pois de duas uma; ou conhecem pouco sua história ou não dão importância alguma a ela, o que é igualmente grave. Borba Gato, outrora Tenente Geral do Mato, bandeirante, foi assassino, evadido das Minas Gerais como pena pelo homicídio, teve perdão da coroa portuguesa quando alegadamente havia descoberto minas de ouro que enriqueceriam a coroa. Foi bandeirante, o que se por um lado é considerado um feito, posto sua atitude empreendedora, à época desbravadora; uma vez que partia para o interior do país alargando as fronteiras, lhe desprezam feitos inaceitáveis.
Além dos assassinatos por desentendimentos pessoais Borba Gato, assim como os demais bandeirantes, ajudou a cometer genocídio contra povos indígenas que se recusavam à escravidão.
E não era exclusividade desse bandeirante, o mesmo vale para os demais, o que reitera a falta de compreensão histórica do povo desse estado. Os bandeirantes, ainda homenageados, não passavam de saqueadores e assassinos, exemplo disso o Anhanguera.
Bartolomeu Bueno da Silva, loiro nascido na Capitania de São Paulo, obrigava os índios a lhe apresentar lugares em que poderia achar ouro. Os Tupis o batizaram como Anhanguera que significa Diabo Loiro, ou Coisa Ruim.
O ferrorama metropolitano da capital batizar uma nova estação com o nome de um bandeirante, representa, além da falta de cultura histórica, a legitimação do genocídio cometido nessas terras por parte da elite paulistana, seguimento da sociedade que, desde os tempos de Dom Manuel, o Venturoso, toma as decisões no país.
Depois falam em abril anualmente que houve índios no Brazil.

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