terça-feira, 25 de setembro de 2018

Futuro incerto


Decreto do começo do fim.
Em votação recente no STF – Superior Tribunal Federal, foi reconhecido como constitucionalmente legal o emprego de mão de obra terceirizada pelas empresas na realização de suas atividades fins. Em 2017 isso já fora regulamentado pela reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer para encerrar a discussão de modo definitivo, o governo federal publicou, na semana passada, o decreto 9.507/2018 que autoriza o emprego da mão de obra terceirizada em empresas públicas, autárquicas, de economia mista e da administração direta da União.
Com isso, o que já se verifica no setor privado em larga escala, e também em certas funções do serviço público federal, poderá ser estendido progressivamente. Bom para o empresariado especializado em ofertar trabalhadores com baixa remuneração para a realização das mais diversas tarefas. Supostamente bom para diminuir o desemprego; mas, e na prática, isso se verificará? Como diria um colega, Ninguém sabe!
Mas, trocadilhos à parte, certo é que isso em breve sai da esfera federal em que empresas como a CBTU podem ser território farto para negociatas entre empresas de mão de obra terceirizada, muitas vezes ligadas a grandes conglomerados empresariais com interesses diversos que, entre outras jogadas, financia campanhas políticas, especialmente nos legislativos onde chamam menos atenção, e chega aos estados. Aonde a tendência, então, será pela substituição progressiva de mão de obra nas empresas, autarquias e economias mistas por gente terceirizada.
- Ai meu Deus!
Em teoria está tudo normal, mas na prática significa menos direitos trabalhistas, menores salários, maior rotatividade, mais doenças laborais e, para os que hoje tem a segurança em um vínculo empregatício concursado, um pesadelo. Afinal, como muitos setores já estão terceirizados, como no Ferrorama Paulista a manutenção e a maior parte da segurança, em pouco tempo isso poderá estar estendido às atividades fins, ou seja, a arrecadação e também a efetivação do serviço de transporte.
Se somos capazes de vislumbrar essa mudança imaginem os “gestores”, os representantes do Diabo na terra; essa gente subserviente ao capital e totalmente comprometida com carreiras de sucesso no mercado neoliberal de negócios. Esse é o futuro, e o trabalhador, especialmente do setor público que se jactava ainda de fazer carreira em uma única empresa, corre o risco de perder o bonde da história e se ver, perdido, como um cão que caiu da mudança e não saber o que fazer.
Nosso futuro nunca foi tão incerto e inseguro como se apresenta mais e mais a cada dia.

https://bit.ly/2xRqBWU Texto da Lei na íntegra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente a mais pura verdade é que o tempo da escravidão voltou há um bom tempo e, somos meramente escravos dele no país. Que o único Deus nos conceda misericórdia, graça e compaixão de cada um de nós e da nossa Nação. Deus abençoe Nico.