quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Bagurança


A segurança pública é uma das queixas mais frequentes nas pesquisas de opinião pública, ou seja, é quase unânime a grita por mais segurança nos espaços públicos. E nos transportes, sejam eles do modal que for, a segurança é imprescindível como um dos itens que garantem confiabilidade ao transporte, especialmente se for público e, mais ainda quando se trata de oferta pública desse serviço.
Não foi o que vimos no Trem de Metro da capital bandeirante. Naquele pequeno ferrorama, posto estar circunscrito à cidade apenas, tivemos um evento que podemos caracterizar de barbárie. Um homem, supostamente, tentou burlar o sistema de bloqueios e cobrança da tarifa usando indevidamente um bilhete de idoso; vejam bem; era só um homem. Contra ele quatro seguranças, munidos com cassetete do tipo tonfa, se impuseram de modo que podemos caracterizar como extremamente violento; afinal um dos seguranças agrediu covardemente o Usuíno com uma cassetada na cabeça e o sangue no chão testemunhou o abuso.
Gente, quatro homens contra um já representam força mais que suficiente para conter um invasor, posto que em tese ele não pagou a tarifa, e conduzir até a área livre. Mas o que se viu foi um total desequilíbrio emocional de quem deveria garantir a ordem em primeiro lugar, mas que, em nome de um valor irrisório, num ato tresloucado, poderia ter mandado gravemente ferido para o hospital um homem que cometeu um pequeno delito. Erro do guardinha, sim, contudo, e mais grave, erro do Estado e de sua Empresa que perdem a noção de realidade e de valor tornando legítimo um abuso de poder e um excesso desnecessário.
Se o guardinha agiu com a finalidade de preservar a arrecadação de R$ 4,00 (Quatro Reais) ao cofre público, como agente público, portanto, estatal, colocou em risco o gasto, no SUS de um valor centenas de vezes maior se o homem tivesse complicações em função da paulada na cabeça. Além disso, se orientado por um advogado, desses mais vagabundos, já pode conseguir judicialmente uma compensação financeira por dano moral e até físico milhares de vezes maior que o valor da tarifa.
Quando a incompetência faz o povo sangrar.
Segurança não se exerce com desespero, nem se oferece com gente despreparada, se promove segurança com inteligência, com eficiência, ou seja, bastante iniciativa e voluntariedade, comprometimento, mas principalmente com eficácia; isto é, dentro da proporcionalidade. E o que vimos, recentemente (28/09), no Estacionamento que, contraditoriamente diz que a Rês é Pública, foi o total descaso com o bem maior que é a vida ao colocar uma em risco, e com o patrimônio difuso e coletivo ao gerar uma situação cujo prejuízo é infinitamente maior que o valor protegido.
Vamos acordar minha gente, e nem estou me atendo ao descontrole psicológico do agente público que, de acordo com colegas, é em geral discreto e pacato, essa é outra seara e, para sua superação é necessário investimento em educação organizacional.
A esse homem, após a agressão, ainda se juntariam seu irmão e uma usuária que parou para ver o que estava acontecendo, esses três envolvidos são imigrantes africanos; saíram espancados. Não defendemos que burlem o sistema de transporte, ou que viagem sem pagar, mas o excesso que vimos mobiliza mesmo a opinião pública. Haja em vista os outros USUínos que tomaram partido em defesa das vítimas da incompetência dos Guardinhas treinados (?) do Ferrorama de Metro. INACEITÁVEL!!!

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