Vamos começar o texto de hoje com uma constatação:
Na privada o que se faz é merda. Bom, feito isso, desculpem o linguajar, mas
não existe um modo melhor de transmitir uma ideia se não diretamente.
E por que dizer isso de modo tão escrachado?
Primeiro para causar impacto, mas também para fazer
pensar que o futuro, assim como está se desenhando, pode não ser tão agradável.
A ChuPeTreM vem progressivamente implantando a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho). Sim, eu sei, somos contratados por esse regime. A questão é que os
benefícios conquistados ainda no reinado do Bode Velho – aquele presidente do
sindicato assassinado dentro de seu covil de modo até hoje não esclarecido –
estão na alça de mira da ChuPeTreM e da Secretaria que avacalha os transportes
metropolitanos.
No reinado do Bode Burro – o atual – nada há de
conquistas. Ele, aliás, sobrevive porque no passado fez eleição de mentirinha,
quando comprou dois vigaristas que traíram a categoria – Pretilhão e Trairani –
e porque a categoria é despolitizada e desmobilizada. Tanto é verdade que o
Ferradoário tem visto a precarização das condições de trabalho
sem defesa e organização trabalhista para enfrentar a ditadura
dessa empresa vital.
Os funcionários, preservando o Ferrorama, adoecem. Ou
seja, assumem nos corpos o custo da precarização; são
bursites, tendinites, depressões, estresse e afastamentos para os típicos
analgésicos que ocultam o sintoma e não corrigem a doença. Agora o que se vê é
rigidez para efetuar o registro do ponto, o ardil ChuPeTreMico para não pagar a
Participação nos Resultados e, em breve, assim como está para acontecer no
Metrô, a alteração da data de pagamento dos salários. De acordo com fontes no
Governo a ideia é transferir o pagamento do adiantamento – popularmente chamado
de vale – para o dia 20 de cada mês e, o pagamento propriamente dito para o dia
05.
Tudo para fazer a ChuPeTreM parecer cada vez mais
com uma empresa privada, ou seja, empresa de merda. E o presidente está lendo
esse blog. Ele deseja fazer feder bastante e ainda perseguir quem reclamar. No
seu entendimento funcionário tem que ser escravo, e se inventar de recorrer à
justiça, como nas empresas sem nenhuma responsabilidade social, a ordem deveria
ser humilhar, matar e, se não bastasse, depois demitir.
O bom mocismo desse rebanho de animais humanos
parece, finalmente, que será recompensado. Com a leniência de cada um de nós a
coisa vai feder, mais ainda, e não será surpresa se aparecer uma parceria pública
privada para explorar o Ferrorama e, com ferro, foder um pouco mais a vida de
quem já é, por ofício, Ferradoário.
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