Pois é,
caros leitores (se é que ainda nos restam alguns após tantas pérolas
editoriais), esta semana nossa equipe foi convidada – ou melhor, incumbida – a
denunciar um crime de lesa-pátria ferroviária: a ChuPeTreM teria, pasmem, cortado
o fornecimento de café e açúcar nos estacionamentos do Ferrorama! Sim,
senhores! O Escravacional (aquele
funcionário que nunca nos decepciona com suas demandas absurdas) alega que,
como o café e o açúcar eram distribuídos há décadas, isso seria um direito adquirido – algo sagrado,
intocável, digno até de uma ação na (in)Justiça do Trabalho!
Ora, ora...
Se o Ferradoário pede para ser
desmoralizado, quem somos nós para negar? Nosso consulente parece que, de duas
uma: ou ele é burro, ou – como a
maioria – é apenas covarde.
Lembram-se
das greves? Momento em que todos ficam escondidos
nas Chifrarias dos Estacionamentos, aguardando o fracasso do movimento
paredista e prontos para abrir as portas à suínada
assim que a ordem chegar. Lembram quando, anos atrás, surgiu uma chapa clandestina para derrubar a
burocracia sindical (aquela que serve direitinho à ChuPeTreM)? Pois é... Todos se
acovardaram, murmurando o clássico "melhor pingar que faltar",
enquanto o rebanho de caprinos
sugava seu sangue sem dó. Agora nem pingos nem goteiras, exceto as do barraco.
E os Estacionamentos? Ah, lá era o paraíso
da baixaria institucionalizada. Teve
quem oferecesse a esposa ao Chifre do
Estacionamento só para conseguir escala noturna. Wanderlei (não, não era o Cardoso) recebia tickets-refeição como se fossem ouro, enquanto ao Ferradoário distribuía Escalas noturnas
de trabalho como migalhas para que os miseráveis ao menos não morressem de
fome. Já os supervisores, todos míopes (óbvio), viviam como cães danados atrás de pilastras, só
esperando um peão escorregar para aplicar a punição exemplar e sentir seu ego
massageado em clara condição de Síndrome do Pequeno Poder.
Já esse e-tabloide, bom, ele nunca foi lá muito
sério – a não ser no sentido de zoar os
imbecis que, ao subir um degrau na hierarquia, muitas vezes da altura de
uma folha de jornal, já se acham reis do
Ferrorama. Gente do tipo que abre sua grande Boca para posar de defensor
dos trabalhadores ou imbecis que vivem Xatiano
os subalternos enquanto baba ovo de engenheiro incompetente (aqueles que não
projetam nem uma casinha de cachorro, quanto mais uma ferrovia).
Mas, atenção! Apesar de nosso desprezo olímpico pelo xibungo
de CGE que nos procurou, vamos ser generosos e dar uma dica: André Louco, o Rábula de Plantão. Se alguém topa entrar com uma ação dessas, é
ele! Pelo puro prazer de fazer um trabalho
de Arlequim – e, nesse caso, seriam dois:
o garoto com abstinência de café e o
Bacharel em Baixaria, aquele que
passou anos redigindo despachos para o
finado Exurandir (que, diga-se de passagem, já foi tarde).
Então, Ferradoários, se o café acabou, chorem no leite – ou melhor, no descafeinado. A luta é dura, mas a palhaçada continua! ☕🚂
A OAB informa: SEM ADVOGADO NÃO SE FAZ JUSTIÇA.