sexta-feira, 23 de maio de 2025

ZINHO, SEU DESESPERO FICA ESTAMPADO NOS PAPEISINHOS

 

Os ares na outrora pujante ChuPeTreM não andam lá muito viçosos! Após longínquas décadas sob a égide estatal, eis que a empresa, em um lance de engenharia societária, vê-se esmiuçada e distribuída por meio de diversas concessões, que, na prática, ostentam personalidades jurídicas distintas, embora provenientes do mesmo tronco. A situação é de tal jaez que até mesmo entre os sequazes históricos do poder no Ferrorama, aqueles humildes servidores, amiúde modestos em dignidade e na liderança que deveriam exercer, grassa um desalento profissional palpável.

Tem sido objeto de discretos sorrisos um certo figurão diminuto que encontra repouso nas margens de um caudal melancólico. Faustinho, o chefe de ébano, confidenciou a alguns de seus convivas que o aludido "Zinho" encontra-se perturbado, ansioso quanto ao seu futuro laboral, pois, em perdendo o posto, perderá, ipso facto, seu padrão de vida, não mais logrando conciliar o sono, lamentou-se ao chefe melanodérmico que, quiçá, terá de alienar seu veículo automotor. E, para mitigar o pânico, que parece exibir uma relação inversamente proporcional à estatura do pequeno notável, a ordem é portar consigo bilhetes de papel, expondo-se à abordagem da plebe para oferecer auxílio com sacolas, por vezes maiores que o próprio indivíduo, provendo informações e, se necessário for, prestando-se como um humilde capacho, tudo culminando na entrega do número telefônico do serviço de atendimento ao usuário, com o fito de receber encômios.

Na impossibilidade de exercer o papel de lacaio na hierarquia do Ferrorama, haja vista a rarefação de chefias após as reiteradas dispensas, o Zinho, destituído de alternativa em sua missão de adular, volta suas atenções à massa anônima. Tanto assim que as imediações do Ribeirão se tornaram o Estacionamento mais citado no "Disk 100" da ChuPeTreM.

Nutre-se a expectativa de que as menções honrosas, obtidas por meio de manipulação e lisonja da turba, venham a preservar seu emprego.

Os "Escravacionais" atendem às solicitações, pois, convenhamos, com um indivíduo em estado de exaltação, melhor não contrariar, mas, pelas costas, divertem-se com as peculiaridades do "Chifre Geraldo" do Estacionamento, curvando-se, obviamente, para que o pequeno líder não ouça e, consequentemente, não os importune, como aliás sempre fez e, decerto, sente muita falta de fazê-lo. Seria necessária imensa quantidade de papel para higienizar as fezes que o Zinho sempre produziu no Ferrorama, mas por ora ele o usa para auferir lisonjas e promover troça até entre seus comensais.

Pior ainda é que nem mesmo periódicos são vendidos hodiernamente, pobre Zinho! Caso contrário, poderia tornar-se um distribuidor de algum panfleto oposicionista de viés conservador, dos mesmos empresários que ora adquirem o Ferrorama e o relegam à via crucis, afinal, o ofício de "papeleiro" ele já aprendeu a exercer. Aliás, sempre o fez, pois atuava como arauto de advertências e suspensões, portando documentos de despacho para lá e para cá e solicitando justificativas aos "Escravacionais".

Haverá papel suficiente para que Zinho limpe a sujeira
ou requeira elogios à turba que passa por Ribeirão?

 


quarta-feira, 21 de maio de 2025

O MUNDO NÃO GIRA, CAPOTA...

 


Ah, o destino! Esse brincalhão que adora pregar peças e, às vezes, até dar umas cambalhotas no tapete da vida. Nosso protagonista, um simpático cavalheiro que chamaremos de "Sr. Bacon" (por motivos que ficarão hilariamente claros), chegou ao estacionamento da estação "onde Mau-Há" acompanhado de sua distinta dama. A missão? Adquirir dois ingressos para o "Trem Fantasma da ChuPeTreM" e, assim, rumar tranquilamente para a capital.

Tudo ia de vento em popa, o Sr. Bacon, com a certeza de quem domina a arte de embarcar no Ferrorama, inseriu a vultosa quantia de vinte Reais na máquina de bilhetes. Esperava ele a emissão dos tíquetes e, quem sabe, um troco para um cafezinho. Mas, meus caros, a ChuPeTreM, como boa megera, não perde a oportunidade de dar uma beliscada no bolso do pagante. O terminal, num ato de rebeldia tecnológica, simplesmente engoliu a nota, reteve os bilhetes e, para completar a patifaria, “esqueceu-se” do troco!

Será que o algoritmo da bilisketeria eletrônica foi compilado pelos gatunos que vendiam ingressos até pouco tempo?

Indignado, o Sr. Bacon, com a paciência já no limite, dirigiu-se ao funcionário de plantão, aquele que parecia estar ali apenas para aquecer o banco da iminente demissão. Nosso suíno, digo, cidadão, expôs sua situação, esperando uma solução digna. A resposta? Ah, essa foi de arrancar gargalhadas (nervosas, claro): "Senhor, o problema não é meu! O serviço é terceirizado, a máquina é do 'João da Esquina Ltda.', e o dinheiro que ela rouba não é de nossa responsabilidade!"

Pois é, caros leitores, no glorioso processo de privatização, terceirização e digitalização do Ferrorama do Apocalipse, a regra de ouro continua sendo o "belisco". Mas o mais saboroso dessa história é o plot twist que nos faz crer que o mundo realmente não gira, ele CAPOTA! Acontece que o nosso Sr. Bacon, o agora "suíno" que sentia na pele a mordida da injustiça, não era um mero novato na arte de ser beliscado. Ele, pasmem, foi outrora um exímio "beliscador de troco", ou seja, o antigo funcionário que, com maestria, fazia a "ChuPeTreM" valer seu nome.

É a lei do retorno em sua versão mais cômica e irônica! O larápio de ontem agora experimenta do veneno que destilava para a pobre "suinada" que depende do "Trem Fantasma da ChuPeTreM" para ir e vir, muitas vezes com o dinheiro contado na ponta dos dedos. A vida, meus amigos, é uma caixinha de surpresas... ou melhor, uma máquina de bilhetes que na ChuPeTreM também te passa a perna!