Falar de Bodes nesse blog é
emblemático, pois remete o leitor a uma figura execrável em nosso meio, o
BodE-Luiz. Mas, deixando de lado comentários desnecessários para o assunto que
ora se apresenta, existe uma espécie de funcionário cuja permissão para perseguir é,
na ChuPeTreM, tácita: o bode expiatório.
Trata-se de uma das figuras
culturais que herdamos do judaísmo, uma das culturas que formaram o que nos
esforçamos para fazer se tornar nossa civilização, e sua função era, desde o deserto de Moisés, carregar os
pecados do grupo para manter a coesão e união social. É uma figura que
exemplifica o que podemos chamar de barbárie e, se consideramos a civilidade o
oposto à barbárie, ou seja, oposta à violência, à perseguição, à dominação; à
discriminação e particularmente ao preconceito, a ChuPeTreM é bárbara, e
dizendo isso espero não confundir o paciente leitor, e para tal vale
esclarecer, o Ferrorama é medieval.
Este arcaísmo de hábitos tem sido
visto no estacionamento que, dado o nome que lhe deram, LUZ; deveria ser um
lugar iluminado e, parafraseando o mote do Iluminismo, movimento intelectual do
Séc. XVIII, o berço da civilidade Ferradoária; baseado na racionalidade e na
recusa aos dogmatismos e doutrinas políticas e religiosas tradicionais. Apesar
disso a situação que se vê é bem diferente e, por que não dizer triste; pois,
quem pela própria herança social deveria militar contra adota o preconceito
como conduta; e se afilia ao exército dos contentes que disseminam a
perseguição: o Chifre.
Nossa história social foi construída
com carne, sangue e ossos de índios, negros, mulheres, e atualmente é feita de exclusão
social daqueles que não se adequam ao modelo braquilizador dominante do europeu
que invadiu essas terras. Embora não exista mais as senzalas e a escravidão
como costumamos considerar, hoje são duas realidades impostas de modo coletivo e difuso, bem
como a velha prática de fazer repousar em uma folha de jornal um dos miseráveis e elevá-lo à condição de jagunço. Cujo papel social é meramente manter
dominados os serviçais, escolhendo um do rebanho para perseguir, maltratar e,
no Ferrorama, humilhar e matar para depois demitir.
O bode do momento – expiatório,
vale repetir – é um Escravocional expressivo que conversa balançando os braços.
“Servo da gleba iluminada”, ele já recebeu até ameaças de transferência para a
Líbia 7, Hades chupetrêmico aonde mandam os indesejáveis como punição. Atualmente
tem sua presença preterida pelo Chifre, que verifica a escala para marcar “produtivas”
reuniões nas datas em que coincidem suas folgas.
Vemos, com tristeza, que o centro
que deveria representar desenvolvimento e modernidade, símbolo da opulência alcançada
com a produção cafeeira e preambulo do desenvolvimento e da pujança paulista, com olhos sempre atentos ao futuro, hoje é uma senzala e tem como Chefete um capitão do mato. Apesar da
quinquilharia moderna, eletricidade e câmeras de alta definição, se notabiliza
mais pela característica inquisitorial onde se pratica a perseguição e a
discriminação gratuita e irrefletida, apenas, como recentemente comentou um
colega nesse e-Pasquim, pelo prazer do exercício de poder.
2 comentários:
Faustino realmente é um capitão do mato, paga de bom chifre mas é um safado, como outros tantos.
Porra, linha 7!? Eu achava que o destino dos ferroviários refugados e problemáticos era Rio Grande das Trevas, a exemplo do fracassado e abandonado kifunga...hahaha
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