domingo, 5 de fevereiro de 2017

Bode Expiatório

Falar de Bodes nesse blog é emblemático, pois remete o leitor a uma figura execrável em nosso meio, o BodE-Luiz. Mas, deixando de lado comentários desnecessários para o assunto que ora se apresenta, existe uma espécie de funcionário cuja permissão para perseguir é, na ChuPeTreM, tácita: o bode expiatório.
Trata-se de uma das figuras culturais que herdamos do judaísmo, uma das culturas que formaram o que nos esforçamos para fazer se tornar nossa civilização, e sua função era, desde o deserto de Moisés, carregar os pecados do grupo para manter a coesão e união social. É uma figura que exemplifica o que podemos chamar de barbárie e, se consideramos a civilidade o oposto à barbárie, ou seja, oposta à violência, à perseguição, à dominação; à discriminação e particularmente ao preconceito, a ChuPeTreM é bárbara, e dizendo isso espero não confundir o paciente leitor, e para tal vale esclarecer, o Ferrorama é medieval.
Este arcaísmo de hábitos tem sido visto no estacionamento que, dado o nome que lhe deram, LUZ; deveria ser um lugar iluminado e, parafraseando o mote do Iluminismo, movimento intelectual do Séc. XVIII, o berço da civilidade Ferradoária; baseado na racionalidade e na recusa aos dogmatismos e doutrinas políticas e religiosas tradicionais. Apesar disso a situação que se vê é bem diferente e, por que não dizer triste; pois, quem pela própria herança social deveria militar contra adota o preconceito como conduta; e se afilia ao exército dos contentes que disseminam a perseguição: o Chifre.
Nossa história social foi construída com carne, sangue e ossos de índios, negros, mulheres, e atualmente é feita de exclusão social daqueles que não se adequam ao modelo braquilizador dominante do europeu que invadiu essas terras. Embora não exista mais as senzalas e a escravidão como costumamos considerar, hoje são duas realidades impostas de modo coletivo e difuso, bem como a velha prática de fazer repousar em uma folha de jornal um dos miseráveis e elevá-lo à condição de jagunço. Cujo papel social é meramente manter dominados os serviçais, escolhendo um do rebanho para perseguir, maltratar e, no Ferrorama, humilhar e matar para depois demitir.
O bode do momento – expiatório, vale repetir – é um Escravocional expressivo que conversa balançando os braços. “Servo da gleba iluminada”, ele já recebeu até ameaças de transferência para a Líbia 7, Hades chupetrêmico aonde mandam os indesejáveis como punição. Atualmente tem sua presença preterida pelo Chifre, que verifica a escala para marcar “produtivas” reuniões nas datas em que coincidem suas folgas.
Vemos, com tristeza, que o centro que deveria representar desenvolvimento e modernidade, símbolo da opulência alcançada com a produção cafeeira e preambulo do desenvolvimento e da pujança paulista, com olhos sempre atentos ao futuro, hoje é uma senzala e tem como Chefete um capitão do mato. Apesar da quinquilharia moderna, eletricidade e câmeras de alta definição, se notabiliza mais pela característica inquisitorial onde se pratica a perseguição e a discriminação gratuita e irrefletida, apenas, como recentemente comentou um colega nesse e-Pasquim, pelo prazer do exercício de poder.


2 comentários:

Anônimo disse...

Faustino realmente é um capitão do mato, paga de bom chifre mas é um safado, como outros tantos.

Anônimo disse...

Porra, linha 7!? Eu achava que o destino dos ferroviários refugados e problemáticos era Rio Grande das Trevas, a exemplo do fracassado e abandonado kifunga...hahaha