Futuro do Escraviário: "O relento pós CRASH". |
Aconteceu no final dos anos
vinte uma crise econômica que ficou conhecida como “A Grande
Depressão”. Tudo começou anos antes com o retraimento da
atividade econômica e da atividade industrial dos países até
industrializados, mas foi sacramentada quando, em 24 de outubro de
1929, uma quinta-feira, que ficou conhecida como negra, a bolsa de
valores de Nova Iorque simplesmente quebrou.
Essa situação foi decorrência da
Primeira Grande Guerra que devastou a Europa e, consequentemente,
diminuiu seu poder de compra. Essa crise foi sentida também no
Brasil, os Estados Unidos eram o grande comprador do nosso café, mas
com a crise, a diminuição das exportações e a insistência dos
produtores de café em manter o nível de produção a solução
negociada entre aquela elite, e o Estado Brasileiro, foi a compra do
produto pelo governo, garantindo, portanto, a remuneração da elite
cafeeira.
O problema é que a grande depressão,
nome que foi adotado para aquele período de crise, perdurou por mais
de uma década. Nesse passo, com o crédito a juros muito altos, o
Estado Brasileiro se endividou de modo absurdo, enquanto a elite
cafeicultora, remunerada pelo erário, se industrializou.
Não nos cabe discutir como técnicos,
posto sermos leigos, as mazelas que as populações de diversas
partes do mundo sofreram. No Brasil o atraso social se agravou,
enquanto nos Estados Unidos, o governo fomentou a economia através
de grandes obras públicas por iniciativa do então recém-eleito
presidente Franklin Roosevelt e, após cem dias de governo,
trabalhando em parceria com o legislativo, aquele presidente chegou
ao que denominou de Novo Pacto, em que leis foram criadas para
proteger socialmente a população e, em parceria, o governo, as
empresas, e a população reformaram a economia daquele país para
evitar outro agravamento similar ao que estavam enfrentando.
O que isso tem a ver com o que estamos
vivendo? - pode perguntar o caro leitor a esse interlocutor que, sob
o conforto de sua poltrona, redige aparentemente de modo
despreocupado essas velhas cantilenas.
Tudo! – ouso dizer-lhes.
O Brasil, que de antemão é
importante dizer, nunca foi um país socialista. E, para a
infelicidade dos velhos cujas memórias ora falham, ou dos jovens que
não se dedicaram adequadamente às aulas de história, nunca foi
fatidicamente ameaçado pela famigerada Internacional Socialista nem
por seus capangas outrora considerados antropófagos de criancinhas.
Dito isso é fundamental esclarecer
que o nosso sistema econômico, humano, não nacional enfrenta uma
grave crise, que tende a se agravar. Basta pensar que o lucro, ou as
vantagens financeiras, só ocorrem em virtude da manufatura, mas os
recursos naturais são finitos, donde deriva minha fantasia de que a
capacidade humana de produzir industrialmente em algum momento será
encerrada por falta de recursos naturais. Mas, assim como os
cafeicultores dos anos 30 no Brasil o capitalista, seja ele agrário,
industriário ou especulador continua tão obtuso hoje como foram os
de ontem, eles querem manter seus lucros e, vejam, se não temos
recursos para explorar que se explorem os recursos humanos.
Assim como nossos cafeicultores a
elite atual plantou a semente do seu interesse na cabeça das
pessoas, é inegável, senão agora em breve o será, que o acordo,
com supremo e tudo, derrubando a Dilma, depois a Saúde, a
Assistência, e as demais políticas públicas só teria um fim,
manter os lucros do capital nacional e o envio dos dividendos
impostos pela metrópole à coroa.
Caro Ferradoário, não nos detenhamos
em um debate escolástico, os fatos falam por si e, se outrora o
Crash da Bolsa foi em Nova Iorque, e abalou mercados do mundo
inteiro, na crise atual o Crash é nosso, para manter a elite
industrializada confortável. E, no nosso caso, se ocorrer numa
quinta-feira será ironia, mas chamaremos de Crash da ChuPeTreM, será
nossa quinta-feira negra (temo que o termo seja racista, o que torna
agravante o uso; mas é o que ora dispomos). O Estado no passado comprou o café, para manter ricos os já aforunados, agora lhes passa o patrimônio público e deixam a conta pra nós.
Um comentário:
Resta as ferradoviarios o futuro de vender bananas,limão e mandioca até pq uma boa parte não tem Habilidade nenhuma a não ser vender bilhetes muitas vezes superfaturados.
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