Descarrilamento da Rumo em São Vicente-SP. |
Há muita
discussão a esse respeito, mas os resultados, quase trinta anos depois da onda
privatizatória tem provado que não é bem assim. Fatos como as rupturas das
barragens de rejeitos em Mariana e Brumadinho, ambas da Vale do Rio Doce em Minas
Gerais, tornam inequívoco que quando uma empresa é privatizada seu compromisso –
e não poderia ser diferente no capitalismo selvagem em que vivemos – é apenas e
unicamente o lucro.
Não importam os
funcionários, nem a preservação ambiental; o foco é apenas o vil metal. Nem que
para isso seja necessário matar pessoas, rios, contaminar lagos, lençol
freático, a atmosfera, destruir fauna, flora; em alguns casos até cidades inteiras
como vimos em Mariana.
Hoje os
trilhos paulistanos foram uma nova vítima do desvario rentista do empresariado
que arrenda empresas ou serviços que, outrora eram públicos. A RUMO, maior
empresa ferradoária do país, protagonizou um descarrilamento na cidade de São
Vicente. Pelo menos quatorze vagões saíram dos trilhos e desperdiçaram mais de
mil toneladas de soja, de acordo com reportagem do portal G1 (https://glo.bo/30s66NZ).
Mais de mil toneladas de soja se perderam. |
Vale ressaltar
ainda que, a exemplo do que dissemos acima, que empresas têm compromisso apenas
com o lucro, a citada Concessionária Ferradoária é pródiga em desrespeitar
relação a preservação ambiental; tanto que em matéria recente do Jornal Folha
de São Paulo (https://bit.ly/2IGCAhT) veio
a público que foi necessária a aquisição de ações por índios Guaranis para que,
uma vez acionistas da empresa, pudessem ter voz em suas reuniões e assim
denunciar aos demais acionistas o descumprimento de obrigações compensatórias da
empresa nos trechos em que administra.
A essa altura
se impõe a reiteração da pergunta: Será que privatização faz mesmo bem? A quem?
Certamente aos
acionistas majoritários, regiamente remunerados com lucros obtidos através da
exploração desregrada de recursos naturais, vidas humanas e da destruição
cultural e social como a havida nas cidades mineiras destruídas pela Vale do
Rio Doce e pelos índios, agora acionistas, da ferroviária Rumo. Alguém acredita
que o Ferrorama ChuPeTrêMico terá destino melhor após alguns anos de
privatização?
Fato é,
entretanto, que alguns loucos vão gritando para o abismo, os ferradoários, ao
contrário, parecem estar indo em silêncio mesmo para o abismo e para o desastre
da privatização.
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