Outro dia esse
e-Pasquim fez uma afirmação, Ferradoário tem mais é que morrer. Não é que
parece que tinham mesmo razão.
O caro leitor
acompanhe meu raciocínio. Primeiro se esforçaram para derrubar liminar no
Tribunal Superior do Trabalho que determinava que as pessoas do grupo de risco
deviam ficar afastadas. Idosos, ou ferradoários cuja condição de saúde fosse
sensível, seja por doenças preexistentes ou por estarem em tratamentos de
quadros delicados de saúde, primeiramente ficariam afastados até que o planeta
superasse essa pandemia cujo agente, embora invisível, é mortal.
A liminar previa,
ainda, a oferta de álcool em gel para as equipes como meio de inibir novos
contágios pelo famigerado Coronavírus, mas; pasmem, o tribunal também desobrigou.
Quem quiser que compre, porque gente, para esse judiciário incoerente, o
substantivo “trabalhador” é apenas eufemismo para “escravo”. Ou seja, o
empregador, correspondente moderno do antigo Senhor de Engenho, não será
responsabilizado jamais pela morte do peão, pois escravo nem é gente.
Na Traição,
neologismo que estarei adotando para me referir ao setor que administra os
choferes da ChuPeTreM, é pior ainda. Tem maquineteiro trabalhando com máscara
de crochê feita pela esposa e levando Lisoforme na mochila para limpar a privada cabine –
que é privada. Limpeza de banheiro público, o colega furtou até um par de luvas
da Tonani.
Máscara de crochê doméstica e luva para limpar privada. |
Por Líbia,
dois integrantes do grupo de Risco são diariamente escalados na Locomotiva, os
demais que Jesus abençoe. Ou leve para o mundo espiritual.
Enquanto nos ônibus
que agora tem ar condicionado tem sido adotado o uso do sistema no modo ventilação
aberta, para garantir a renovação da atmosfera no interior do veículo, nos
trens isso não acontece. É ventilação fechada mesmo, não existe a opção de
abrir para o modo ventilação aberta em benefício da economia de energia. Coisa
dos engenheiros que pediram a construção das composições com essa limitação em
função de economizar. Provavelmente formados em alguma Uni-Esquina do trecho!
Aí é mais
grave, porque o descaso é com o chofer e com o USUínos. Fica todo mundo
trancado, respirando o ar viciado que circula no ar-condicionado. Se alguém
espirrar Coronavírus no vagão tem risco de contaminar os outros? Acho que nem
os filtros devem ser trocados no prazo correto, não é; engenharia formada na
Uni-Esquina; importante é poupar o dinheiro, as vidas perdidas são, como é
mesmo, um prejuízo admissível em benefício da manutenção da economia.
Maquineteiros,
Choféres da ChuPeTreM, limpem as privadas de comando dos trens e contem com a
sorte.
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