Vindo de
férias no Paraná em agosto retomo as atividades e, passeando pela cidade de São
Paulo, especificamente no bairro de Santo Amaro me deparo com a próxima estação
do Metrô, carinhosamente batizado com o nome do bandeirante Borba Gato, e um
pensamento muito caro a mim se torna imperativo: o povo desse estado tem
problemas.
Homenagem a um patife, a cara desse estado. |
Sim,
problemas, pois de duas uma; ou conhecem pouco sua história ou não dão
importância alguma a ela, o que é igualmente grave. Borba Gato, outrora Tenente
Geral do Mato, bandeirante, foi assassino, evadido das Minas Gerais como pena
pelo homicídio, teve perdão da coroa portuguesa quando alegadamente havia
descoberto minas de ouro que enriqueceriam a coroa. Foi bandeirante, o que se
por um lado é considerado um feito, posto sua atitude empreendedora, à época
desbravadora; uma vez que partia para o interior do país alargando as
fronteiras, lhe desprezam feitos inaceitáveis.
Além dos
assassinatos por desentendimentos pessoais Borba Gato, assim como os demais
bandeirantes, ajudou a cometer genocídio contra povos indígenas que se
recusavam à escravidão.
E não era
exclusividade desse bandeirante, o mesmo vale para os demais, o que reitera a
falta de compreensão histórica do povo desse estado. Os bandeirantes, ainda
homenageados, não passavam de saqueadores e assassinos, exemplo disso o
Anhanguera.
Bartolomeu
Bueno da Silva, loiro nascido na Capitania de São Paulo, obrigava os índios a
lhe apresentar lugares em que poderia achar ouro. Os Tupis o batizaram como
Anhanguera que significa Diabo Loiro, ou Coisa Ruim.
O ferrorama
metropolitano da capital batizar uma nova estação com o nome de um bandeirante,
representa, além da falta de cultura histórica, a legitimação do genocídio
cometido nessas terras por parte da elite paulistana, seguimento da sociedade
que, desde os tempos de Dom Manuel, o Venturoso, toma as decisões no país.
Depois falam
em abril anualmente que houve índios no Brazil.
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