Fantasma do Natal presente. |
Charles Dickens,
romancista britânico da era vitoriana escreveu um livrinho para pagar uma
dívida em coisa de um mês. Traduzido em português como Um conto de Natal,
Dickens conta a história de Ebenezer Scrooge, um avarento que vive só e que
após uma infância pobre, e depois de alcançar sucesso financeiro, deixar de dar
valor ao Natal.
Bom, o Natal,
todos sabem, é uma data bastante comercial, mas, entre outras coisas, simboliza
ou atualiza o nascimento do menino Jesus, cuja importância para um terço das
pessoas do planeta é indiscutível, afinal, Jesus seria o Cristo, isto é, seria
o Ungido de Deus para a salvação das almas. Desse modo Dickens, em sua singela
brochura, pareceria até um daqueles videntes do futuro que enxergam os fatos em
volta da vida das pessoas.
O Natal não é
mais o mesmo, ou melhor, as pessoas esqueceram o significado do Natal e se
perderam em suas vaidades, desejos, ganâncias e cobiças, de todos os tipos,
aliás, pois pode ser ganância de riquezas, de poder, ou de comodidade. É sobre
um Scrooge acomodado que tratamos hoje, Carbundão.
Na segurança
ele era detestado recentemente, pois estava deixando irritados os Guardinhas do
Quartel da ChuPeTreM. Ao verificar a presença de marreteiros ele telefonava ao
corpo de insegurança para pedir
providências, estivesse na feira, no estacionamento, ou mesmo no templo
religioso onde finge adorar o Cristo e o Natal ele telefonava pedindo
providências. Até que os guardinhas resolveram apreender o tal marreteiro e
precisavam de um representante da CiaTPM que se dispusesse a lavrar um Boletim
de Ocorrência.
Como dois
bundões covardes e bobalhões nem o tal Carbundão, nem seu superior em
incompetência, o Chifre cuja cabeça é dura como um Martelo, cumpriram com suas supostas
atribuições. Telefonaram ao Morubixaba da vez, Joãozinho Cara-de-Cavalo, que
após a lavratura do boletim colocou os inúteis em seus devidos lugares, ou
seja, a estrebaria. Além disso, após determinar que ambos fossem comer capim,
ainda os destituiu de sua cômoda vida na vadiagem de Rio Grande das Éguas, sim,
pois os dois cavalos se divertiam olhando “potrancas”, como costumavam dizer
sobre as USUínas que adentram pelos “mata
burros” eletrônicos o sistema de trilhos do ferrorama, e comentavam sobre suas “ancas”.
Carbundão
ontem se queixava que se não bastasse ir trabalhar mais longe de sua cocheira,
também está como se vivesse eternamente na companhia do fantasma do Natal
futuro, como proposto por Dickens, ou seja, uma entidade que só lhe mostra um
fim depressivo, solitário – e está, pois todos os detestam; e a tristeza pelo
Natal passado e perdido em função de sua covardia e frouxidão. Segundo ele
Silvonça, o Amigo da Onça, foi um presente de Natal ao contrário, ou seja, uma
desgraça que se abateu na sua vida, pois para ele, que é um bunda mole, o atual
Chifre é safado e desagradável para se conviver.
Não podemos
dizer como será o fim de Carbundão, mas podemos com certeza prever que sua
existência inútil não muda, e no Natal que deveria agir pelo menos com
dignidade, ele continua um frouxo que fala pelos cantos. Ambos são assombrações
nesse Natal ferradoário, e mostram que o Ferrorama não muda, e o Natal, ontem,
amanhã ou hoje, é a cara da covardia e da safadeza desses mortos que esqueceram
de enterrar, fantasmas que só querem comodidade ou vaidade, e não merecem o
Natal Cristão.
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